APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
  • HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN
  • 10 Oct 2022
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Apneia significa “parada de respiração”. O indivíduo sofre breves e repetidas interrupções da respiração enquanto dorme.

A apneia obstrutiva do sono é um transtorno do sono comum e potencialmente grave. A via aérea torna-se repetidamente bloqueada pelo relaxamento dos tecidos da faringe e da base da língua, limitando a quantidade de ar que atinge os pulmões.

Quando isso acontece, o paciente pode roncar alto ou causar ruídos sufocantes enquanto tenta respirar. O cérebro e o corpo do mesmo são privados de oxigênio. Isso pode acontecer algumas vezes por noite, ou em casos mais graves, centenas de vezes por noite. Na tentativa de reestabelecer a patência da via aérea superior, ocorrem diversos despertares.

Esses despertares são muitas vezes breves, às vezes durando apenas poucos segundos, e essa é a razão pela qual o indivíduo afetado geralmente não percebe que os apresenta durante o sono. Este padrão se repete durante a noite e um paciente com apneia severa do sono pode apresentar centenas me microdespertares por noite de sono.

Mesmo que os despertares sejam geralmente muito curtos, eles fragmentam e interrompem o ciclo do sono. Essa fragmentação do sono pode causar níveis significativos de fadiga e sonolência diurna, que são sintomas comuns da apneia do sono.

Os principais sintomas da apneia do sono são:
• Ronco alto ou frequente
• Pausas respiratórias presenciadas durante o sono
• Sons sufocantes ou ofegantes e sensação de sufocamento durante o sono
• Sonolência diurna ou fadiga
• Sono fragmentado
• Dor de cabeça matinal
• Nocturia (acordar durante a noite para ir ao banheiro urinar)
• Dificuldade na concentração
• Perda de memória
• Diminuição do desejo sexual
• Irritabilidade

Os fatores de risco comuns para a apneia do sono incluem:

Excesso de peso
A obesidade, classificada como um índice de massa corporal (IMC) acima de 30 ou mesmo o sobrepeso (IMC) acima de 25 é um fator de risco bem estabelecido para a apneia do sono.

Aumento da circunferência do pescoço
Mesmo na ausência de obesidade, valores acima de 40 cm de circunferência cervical estão associados a um risco aumentado para apneia do sono.

Idade
A apneia do sono pode ocorrer em qualquer idade. No entanto, é mais comum em indivíduos mais velhos.

Gênero
A apneia do sono é mais comum nos homens do que nas mulheres. Para as mulheres, o risco de apneia do sono aumenta após a menopausa.

Hipertensão arterial
A pressão arterial elevada é extremamente comum em pessoas com apneia no sono.

Deformidades Craniofaciais
Principalmente envolvendo anormalidades mandibulares, como micrognatia ou retrognatia e condições congênitas (síndromes de Marfan, de Down e de Pierre Robin).

Hipertrofia de Amígdalas ou adenoides
Essa associação ocorre principalmente em crianças.

História familiar
Especula-se que a apneia do sono é dependente, em aproximadamente 40% dos casos, de uma combinação genética e, em 60%, de influências ambientais. Isso significa que indivíduos com familiares que possuem o diagnóstico têm um maior risco de apresentar apneia do sono.

As principais opções de tratamento incluem:

Tratamento conservador:
É realizado por intermédio da higiene do sono e do emagrecimento. Simples medidas, como a retirada de bebidas alcoólicas e de certas drogas (benzodiazepínicos, barbitúricos e narcóticos), a adequada posição do corpo (nos pacientes com apneia relacionada ao decúbito) podem ser eficazes para o tratamento de SAOS.

Fonoterapia:
Exercícios orofaríngeos supervisionados por Fonoaudióloga especializada em Medicina do sono, visando fortalecer a musculatura da via aérea superior.

CPAP:
Esses sistemas ainda permanecem como a primeira escolha para o tratamento. O aparelho chamado CPAP (do inglês, Continuous Positive Airway Pressure) consiste em um pequeno compressor de ar muito silencioso de alta tecnologia que gera e direciona um fluxo contínuo de ar, (40-60 L/min), através de um tubo flexível, para uma máscara nasal ou nasobucal confortavelmente aderida à face do indivíduo.